O que é Nódulo de Tireóide?

Um nódulo de tireoide é uma massa de tecido tireoidiano que cresceu ou um cisto cheio de líquido que se forma na tireoide. Nódulos são muito comuns. As chances de desenvolver nódulos aumentam conforme envelhecemos. Embora os sintomas não sejam comuns, um nódulo grande (maior que 3-4 cm) pode, às vezes, causar dor, rouquidão ou atrapalhar a engolir ou respirar.

A chance do nódulo de tireoide ser maligno é de cerca de 10%, portanto 90% dos nódulos são benignos. Por isso a necessidade de acompanhamento e investigação desses nódulos, assim que diagnosticados.

A maioria dos nódulos da tireoide são encontrados durante um exame físico de rotina. Depois de um nódulo ser encontrado, o médico realizará testes de laboratório para saber sobre a função tireoidiana. Outros exames que são normalmente solicitados para melhor avaliação dos nódulos de tireoide são:

-Ultrassonografia da tireoide;
-Punção aspirativa por agulha fina (PAAF);
-Cintilografia da tireoide.

Dependendo do resultado dos exames e das características dos nódulos, pode ser indicada cirurgia ou somente acompanhamento periódico dos nódulos de tireoide.

A Tireóide e a Gravidez

A tireoide é uma glândula muito importante também na gestação, pois está relacionada a todas as etapas desta fase da vida da mulher, desde a evolução até o nascimento.

Os níveis dos hormônios da tireoide sofrem alterações fisiológicas durante a gestação. No primeiro trimestre ocorre um aumento na demanda da produção de hormônios tireoidianos. Apesar da tireóide se formar a partir da oitava semana de gestação, o feto ainda é dependente de hormônios tireoidianos maternos. Nesta etapa, ocorre o aumento da glândula em resposta ao aumento da demanda hormonal.

O hipotireoidismo gestacional pode causar abortamento e trazer alterações importantes no feto, como alterações de desenvolvimento mental.

A doença de Graves, que é uma afecção autoimune que causa aumento de produção de hormônios tireoidianos, é mais intensa no início da gestação e no pós-parto, sendo o tratamento medicamentoso mais recomendado, uma vez que a iodoterapia é contra-indicada durante o período gestacional.

No pós-parto, a gestante tem novamente chances de desenvolver distúrbios da tireoide. Portanto, o acompanhamento antes, durante e após a gravidez é fundamental.

Câncer de Tireóide – Qual o Melhor Tratamento?

Assim que temos o diagnóstico de câncer de tireóide ou carcinoma de tireóide após a punção, deve ser tomada a conduta em relação ao tratamento.

O câncer de tireóide deve ser tratado SEMPRE com cirurgia.

Radioterapia, quimioterapia ou radioiodoterapia não são indicados como tratamento principal em neoplasias tireoidianas.

Durante décadas, o tratamento padrão foi e continua sendo, para a grande maioria dos casos, a tireoidectomia total (remoção total da glândula) seguido de Radioiodoterapia. Entretanto, com o passar dos anos, evidências científicas sugeriram que o tratamento poderia ser “reduzido” sem prejudicar o paciente em relação a possibilidade de cura.

Atualmente, principalmente em casos de carcinomas bem diferenciados de tireóide, localizados, pequenos, e em pacientes mais jovens, a lobectomia ou ressecção parcial da tireóide, quando bem indicada, traz os mesmos resultados oncológicos que a tireoidectomia total. As vantagens de uma cirurgia parcial de tireóide seriam as menores taxas de complicação, principalmente relacionadas a rouquidão e hipoparatireoidismo (baixa no cálcio do sangue), além da possibilidade do paciente não precisar realizar reposição de hormônio tireoidiano.

Esta modalidade de tratamento inclusive já é padronizada conforme as recomendações da ATA (American Thyroid Association), que normalmente regem as condutas médicas relacionadas a doenças da tireóide.

Importante sempre fazer uma avaliação médica individualizada, conversando sempre com o médico antes da cirurgia, e se informar sobre todas as possibilidades terapêuticas, decidindo seu tratamento em conjunto com o cirurgião.

Aumento nos Casos de Câncer de Tireóide

Uma grande fração de casos de câncer de tireóide representa um excesso de diagnóstico, e no mínimo meio milhão de pacientes, em sua maioria mulheres, podem ter sido submetidos a cirurgias e outros tratamentos para câncer desnecessários, dizem os pesquisadores da International Agency for Research on Cancer (IARC), em Lyons, França.

O alerta sobre uma epidemia de excesso de diagnósticos de câncer de tireoide veio de uma análise de dados de registro de câncer de 12 países publicada em 17 de agosto no New England Journal of Medicine.

Salvatore Vaccarella e colaboradores da IARC estimam que mais de 470.000 mulheres e 90.000 homens podem ter sido diagnosticados excessivamente com câncer de tireoide em 12 países de “alta renda” (Austrália, Dinamarca, Inglaterra, Finlândia, França, Itália, Japão, Noruega, República da Coreia, Escócia, Suécia e Estados Unidos) de 1987 a 2007.

A maioria desses cânceres de tireoide eram carcinomas papilares pequenos e de baixo risco, observam. A “grande maioria” desses pacientes foi submetida a tireoidectomia total, e uma “alta proporção” também recebeu dissecção de linfonodos cervicais e radioiodoterapia, mas essas intervenções não têm “benefício provado em termos de aumento da sobrevida”, apontam os pesquisadores.

Claramente, este aumento de diagnóstico se deve ao aumento do acesso aos exames de imagens, como a ultrassonografia de tireóide. Este aumento no diagnóstico, porém, não levou ao aumento na taxa de cura da doença, que por si já é alta.

Entretanto, o aumento das cirurgias em pacientes com tumores menores, mostrou uma queda na incidência de tumores mais agressivos na tireóide, como o carcinoma indiferenciado, este, altamente agressivo.

A American Thyroid Association –  ATA recentemente lançou diretrizes atualizadas estabelecendo que a lobectomia de tireoide é um tratamento aceitável – ao invés da tireoidectomia total – para carcinomas de tireoide bem diferenciados selecionados. Este tipo de tratamento apresenta resultados oncológicos semelhantes.

Estas informações têm sido amplamente divulgadas, porém vale ressaltar que estamos em um país com tantas dificuldades de acesso a saúde, tanto pública como suplementar da rede privada. Isso deve ser levado em consideração. Estes dados são de países de alta renda, com acesso a exames, e tratamento médico com muito mais facilidade que no Brasil.

O mais importante é a avaliação médica individualizada caso a caso nos pacientes com câncer de tireóide, com objetivo de propor um tratamento específico que proporcione um potencial de cura, com o mínimo possível de sequelas ou complicações.

Recentemente, um painel internacional de patologistas e clínicos renomeou a variante encapsulada folicular do carcinoma papilar de tireoide (EFVPTC) como neoplasia folicular de tireoide não invasiva com características nucleares semelhantes a papilar (NIFTP) para refletir o fato de que se trata de doença não invasiva com baixo risco