Cirurgia de Câncer de Boca

dr. rafael de cicco

A Cirurgia de Câncer de Boca é o principal tratamento para este que é o oitavo tipo de tumor mais comum entre os homens, e o nono entre as mulheres, segundo dados do Inca.

É importante esclarecer que, ao mencionarmos câncer de boca, na verdade, estamos nos referindo a lábio e cavidade oral (que inclui mucosa bucal, gengivas, palatos duro e mole, língua oral e assoalho da boca).

 

Continue lendo para saber como identificar os sinais desta neoplasia.

 

DR. RAFAEL DE CICCO

Quais os sintomas do câncer de boca?

Os principais sintomas do câncer de boca são:

  • Ferida esbranquiçada ou avermelhada na boca, não-cicatrizável, dolorosa e persistente.
  • O paciente também pode sentir dificuldade para engolir, falar,
  • E alguns manifestam aumento de linfonodos cervicais.

Os fatores de risco para o câncer de boca são, sem dúvida, o tabagismo e o etilismo, especialmente se associados.

Aproximadamente 95 a 97% dos casos do câncer de boca estão relacionados a eles. Fatores genéticos, exposição ao sol (válido para tumores de lábio), e algumas infecções são responsáveis por uma porcentagem menor de casos.

Ao perceber alguns destes sinais, procure um Cirurgião de Cabeça e Pescoço, que é o especialista em diagnosticar e tratar cânceres nesta região. Veja como é o tratamento a seguir.

Medicina Diagnóstica

Como é feito o diagnóstico do Câncer de Boca?

As lesões iniciais, geralmente verificadas no autoexame, podem ser de dois tipos: a leucoplasia e a eritroplasia.

A leucoplasia é uma lesão esbranquiçada, que não melhora após a remoção dos fatores causais, e tem chances de se transformar em câncer em até 30% das vezes.

Já a eritroplasia é mais rara e perigosa, consistindo numa lesão avermelhada da mucosa que, ao ser analisada ao microscópio, costuma já apresentar células cancerígenas.

Feito o diagnóstico de câncer de boca, confirmado através de exame anatomopatológico, é necessário que se faça exames de estadiamento do tumor, ou seja, exames que mostrem a real extensão do tumor, conseguido através de exames como tomografia computadorizada, endoscopia (e laringoscopia), raio-x de tórax, entre outros.

A partir de então, cabe ao cirurgião de cabeça e pescoço o planejamento do tratamento, bem como esclarecer ao paciente os aspectos envolvidos na terapêutica.

Trata-se de uma doença de tratamento cirúrgico, e podem ser combinados em associação à quimioterapia e radioterapia.

Como é a cirurgia para remoção do câncer de boca?

Em primeiro lugar, é necessário avaliar a localização do tumor (o que se chama boca, na verdade cavidade oral, é dividida em várias regiões, a saber: lábio, soalho, língua, rebordo alveolar, palato e mucosa jugal), e para cada parte dessas há procedimentos cirúrgicos com suas particularidades.

Além disso, é preciso saber a extensão do tumor, para sabermos o quanto será retirado.

Além disso, freqüentemente é necessário que se faça uma extensão da cirurgia para o pescoço, de forma a retirar linfonodos cervicais acometidos pelo tumor (a chamada cirurgia de esvaziamento cervical, que pode ser de vários tipos e extensões dependendo de cada caso).

Para muitos casos é necessária uma traqueostomia de proteção e algum tipo de reconstrução (com retirada de outras partes do corpo para cobrir o defeito cirúrgico, os chamados retalhos). Tudo isso significa que, principalmente para os casos mais avançados, estas cirurgias podem ser muito complexas, demoradas, e exigem equipe multidisciplinar (como, por exemplo, a cirurgia plástica reparadora).

Quais são as sequelas que podem ocorrer após a cirurgia para ressecção de câncer de boca?

Tudo depende da extensão da cirurgia. Basicamente, as sequelas do tratamento cirúrgico compreendem a fala, a deglutição e a respiração, em diferentes graus de acometimento a depender dos procedimentos específicos. Além da remoção total do tumor,

faz parte do planejamento cirúrgico a preocupação de causar a menor sequela possível.

Depois da cirurgia, em muitos casos, é necessária a complementação do tratamento com radioterapia pós-operatória, o que diminui as chances de recidiva do tumor. Também pode ser necessária a realização de quimioterapia.

É possível curar o câncer de boca?

Sim, e a chance de cura é maior quanto mais precoce for o tumor. Por isso é tão importante que as pessoas, em especial as fumantes, sejam orientadas a realizar autoexame e, na presença de lesões suspeitas, procurar atendimento médico especializado.