O câncer de garganta sempre esteve associado ao uso do cigarro e álcool em excesso. Mas há alguns anos, esta situação vem mudando e hoje temos casos de pessoas jovens, que não bebem nem fumam e que, cada vez mais, são acometidas por algum tipo de tumor na região da orofaringe. Mas por quê?
Vou explicar pra você!
Câncer de garganta em jovens adultos
Inúmeros estudos verificaram a correlação entre câncer de garganta e o HPV, o Papilomavírus humano, também relacionado a cânceres de útero, vulva, pênis e prevalente na orofaringe, podendo se desenvolver na língua, boca, seios paranasais, glândulas salivares.
A prática sexual desprotegida e por via oral é a principal forma de contágio do HPV e está por trás dessa mudança de público em que a doença tem se manifestado ( não apenas fumantes e consumidores de bebida alcoólica, mas jovens e adultos em geral).
Esse vírus se esconde dentro das células e se junta ao nosso DNA, causando alterações celulares que passam a se multiplicar, gerando cânceres.
Apesar de ser geralmente menos agressivo que os tumores de garganta ligados ao tabaco, o câncer de garganta resultante do HPV, porém, não deixa de ser perigoso.
Quando há presença do HPV…
Quando há presença do HPV, o risco de surgimento de um segundo câncer é maior tanto em mulheres quanto em homens, sendo mais comuns os tumores de orofaringe, na região da garganta.
Comparado às mulheres que não têm infecção pelos vírus HPV 16 e 18 ( considerado de alto risco), as pacientes que trataram de tumores no colo do útero, por exemplo, têm 20 vezes mais risco de desenvolver câncer de orofaringe, enquanto que os homens que tiveram o diagnóstico de câncer de pênis associado com o papilomavírus têm 18 vezes mais risco de desenvolver tumor de orofaringe.
Isso é que mostrou o trabalho Risk of Second Primary HPV Associated Cancers After Index Hpv-Associated Cancers
(Risco de Segundo Câncer Primário Associado ao HPV após Cânceres Associados ao HPV), num recente Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
De acordo com o Ministério da Saúde do Estados Unidos, aproximadamente 39 mil cânceres associados ao HPV são diagnosticados anualmente naquele país. Sendo que as infecções oncogênicas pelo HPV estão associadas a praticamente todos os casos de câncer de colo do útero, assim como com 95% de câncer anal, 73% de orofaringe, 65% de vagina, 50% de vulva e 35% de pênis.
Tratamento do câncer de garganta
Uma das opções mais modernas de tratamento do câncer na garganta é a cirurgia robótica, que permite acessar lugares dentro da cavidade orofaríngea com maior precisão e visibilidade do que na cirurgia feita pela mão humana.
Trata-se da TORS, Transoral Robotic Surgery, uma técnica que já é consagrada em diversos países, como nos Estados Unidos, onde vem sendo utilizada com êxito desde 2009.
No Brasil ela também é realizada. Leia mais sobre essa técnica aqui. Ou, se preferir, converse com nossa equipe pelo WhatsApp da clínica para ter mais informações.
Atenção aos sinais e sintomas
A existência de qualquer dos sinais e sintomas abaixo pode sugerir a existência de câncer, cabendo ao médico avaliar a necessidade de solicitar outros exames para confirmar ou não o diagnóstico.
Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças benignas. É importante consultar o médico ou o dentista se qualquer desses sintomas persistir por mais de 2 semanas.
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de sucesso.
- Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
- Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
- Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
- Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
- Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
- Dificuldade para mastigar ou engolir
- Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
- Dormência da língua ou outra área da boca
- Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
- Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
- Mudanças na voz
- Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
- Perda de peso
- Mau hálito persistente
Fique atento (a)! Em caso de dúvidas, procure um especialista em Cabeça e Pescoço ou seu médico de confiança.
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